Um mancebo abastado

06/07/2013 10:44
Um mancebo abastado
 

Eu precisava ter a garantia de que seria feliz na vida vindoura como era nessa, na verdade queria ser feliz para sempre. Como Ele falava de um reino que não era de César, mas do próprio Deus fui buscar nEle a chave para a vida eterna.

Mas, ele me decepcionou quando disse que eu deveria abandonar meu maior deus, o deus que me protegia neste século. Ele propôs o desapego das minhas riquezas para juntar tesouros em um reino distante, distante de traça, ferrugem e de ladrões.

Vi em seus olhos que Ele me amava diferente, parecia me amar como quem ama um pobre, mas mesmo assim não fui capaz de renunciar minha opulência para segui-lo pelo mundo de Abraão à fora.

A vida dEle e de seus seguidores era muito simples, viviam das doações de mulheres, dormiam no relento ou onde lhes dessem hospedagem. Penso que essa vida não lhe era tão dura como seria para mim.

Afinal, viver como pobre nesse mundo não é tão difícil quanto ficar pobre tendo um dia sido rico. Sua proposta não era para eu me tornar pobre era para eu deixar de ser rico.

Ele sempre esteve acostumado em ser um andrajoso, já eu estava habituado com a glória de minha posição, com o louvor de meus criados, com a reverencia de meus amigos, estava acostumado com séquito, com trono, não iria conseguir deixar meu mundo para fazer parte do dele.

Sei que não devo ter feito a escolha certa, afinal percebo que seus seguidores parecem ricos não possuindo nada e eu vez por outra me sinto pobre possuindo tudo.

* Esse monólogo é uma ficção com base nas escrituras

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